Desde que nós criamos o blog, uma das postagens mais acessadas (e copiadas) tem sido as da categoria “As Umbandas dentro da Umbanda”.
Nessa série de postagens, nós temos procurado identificar as diferentes vertentes que existem dentro da religião de Umbanda. Embora nós já tenhamos descritos 11 vertentes diferentes, temos a certeza que isso é só uma pequeníssima parcela do total de vertentes que existe atualmente.
Em virtude disso, eu e o Pedro resolvemos analisar o que temos visto, lido e ouvido falar sobre o assunto e chegamos a conclusão de que existem algumas características que se destacam mais do que outras para quem frequenta ou faz parte de um terreiro de Umbanda e que por isso elas seriam as mais indicadas para estabelecer um critério de identificação das diferentes vertentes da Umbanda.
Do nosso estudo, identificamos que as características que mais se destacam são:
- uso de atabaque;
- existência de gira de Exu e Pombagira, com possibilidade de consulta a estas entidades;
- uso de peça de roupa de outra cor que não o branco; e
- uso do sacrifício de animais.
Com base nessas 04 características, é possível identificar a existência de pelo menos 16 vertentes na Umbanda, segundo o quadro abaixo:
Tipo | Uso de sacrifício de animais | Gira de Exu e Pombagira com possibilidade de consulta a estas entidades | Uso de Atabaque | Uso de peça de roupa de outra cor que não o branco |
1 | Não | Não | Não | Não |
2 | Não | Não | Não | Sim |
3 | Não | Não | Sim | Não |
4 | Não | Não | Sim | Sim |
5 | Não | Sim | Não | Não |
6 | Não | Sim | Não | Sim |
7 | Não | Sim | Sim | Não |
8 | Não | Sim | Sim | Sim |
9 | Sim | Não | Não | Não |
10 | Sim | Não | Não | Sim |
11 | Sim | Não | Sim | Não |
12 | Sim | Não | Sim | Sim |
13 | Sim | Sim | Não | Não |
14 | Sim | Sim | Não | Sim |
15 | Sim | Sim | Sim | Não |
16 | Sim | Sim | Sim | Sim |
Como infelizmente ainda não foi conduzido nenhum estudo estatístico sobre o assunto (não que nós tenhamos conhecimento), resolvemos criar uma enquete que ficará disponibilizada aqui do lado para que você, amigo leitor, vote no modelo de Umbanda que o seu terreiro segue, entre os 16 tipos descritos acimas, e, assim, possamos identificar as práticas doutrinárias e ritualísticas mais adotadas pelos umbandistas.
Contamos com a sua participação! 😀
Grande abraço, Renato Guimarães.
Maria Jurem dos Santos disse:
Prezado Renato Guimarães, nosso centro está na descrição de nº1, e também acho muito pertinente esta curiosidade ,sem desfazer de nenhuma das vertentes existentes, mas talvez possamos entender mais a nossa umbanda utilizando talves esse critério.
Rafael Farias disse:
Fica em São Paulo? Pode passar o endereço?
Márcia salete disse:
Boa Tarde
Muito Legal essa enquete. Dá pra ter um visão bem legal sobre o assunto em pauta. Podem sempre contar comigo e gostaria de usar tais informações para o livro que estou escrevendo sobre Umbanda.
Obrigada
Márcia
Renato Guimarães disse:
Olá, Márcia.
Antes de mais nada, obrigado por acessar o nosso blog.
Inicialmente, sobre o seu pedido para usar o resultado da nossa enquete em seu livro, é só você citar o blog Registros de Umbanda como a fonte de onde você tirou os dados.
Entretanto, antes de você utilizar o resultado em seu livro, é importante que você tenha em mente algumas considerações sobre esse resultado. São elas:
1- o resultado serve apenas para inferir o tipo de Umbanda praticada pelos leitores do blog, não sendo possível extrapolar o resultado para todos os umbandistas do mundo ou, pelo menos, do Brasil. Isso se deve ao fato de que o resultado tem por base um universo muito pequeno de umbandistas que são aqueles que tem acesso a internet e leem o blog (a média diária de leitores do blog está atualmente em 130 pessoas, que convenhamos é muito menor que as centenas de milhares de umbandistas brasileiros).
2- a quantidade de respostas que obtivemos até agora nesta enquete não permite tirarmos nenhuma conclusão sobre a Umbanda praticada por todos os leitores do blog. Utilizando um cálculo estatístico que nos permita obter uma confiabilidade de 99% no resultado (a pesquisa eleitoral que aparece na televisão tem um índice de confiabilidade de 95%), nós estamos hoje (12/07/2011, as 11:45) com uma margem de erro de 23,05%, o que é elevadíssimo! Só para você ter ideia do que isso significa, o tipo de Umbanda que aparece com o maior percentual no momento (22,73%), está oscilando entre 45,78% e 0,00%! (tá, matematicamente o resultado é -0,32%, mas convenhamos que isso não existe na realidade). Ou seja, o tipo mais votado pode oscilar entre quase a metade dos leitores do blog e nenhum leitor. Essa margem de erro irá reduzir conforme aumentar o número de votos, porém só passará a ter uma margem de erro aceitável (algo em torno de 3%) quando atingirmos pelos menos 1.350 votos, ou seja, ainda falta muito!
Um grande abraço, Renato.
Directora Espiritual Claudia Yemanja disse:
HOLA SOY DE BUENOS AIRES, ARGENTINA, SOY UNA ESTUDIOSA DE UMBANDA, Y ESTA PAGINA ME PARECE FAVULOSA PARA LA INCREMENTACION EN LOS CONOCIMIENTO RELIGIOSOS, YA QUE EN MI PAIS NO SOLAMENTE ESTA MAL DIVULGADA, SINO TAMBIEN QUE ESTA MAL CULTEADA, ES UN DOLOR PERO ES UNA REALIDAD, AMO ESTA CULTURA RELIGIOSA Y ME GUSTARIA QUE TODOS TAMBIEN LA AMEN…
Rafael Farias disse:
Quem votou no Tipo 1 e é de são paulo, por favor, me passa o endereço. Estou procurando uma casa Tipo 1 aqui em São Paulo.
Rafael Farias disse:
Alguém conhece uma casa do tipo 1 em São Paulo? Umbanda do Caboclo das Sete Encruzilhadas?
emerson luiz penteado disse:
Prezados autores e leitores deste Blog.
Sou umbandista a quase 10 anos, me considero um devoto do divino e além disso, humilde estudioso (autodidata) das várias religiões e filosofias.
Para mim,os tópicos listados acima não sugerem TIPOS de Umbanda, mas sim RITUAIS e suas modalidades. Para mim, a Umbanda é uma religião reencarnacionista, fraterna, universalista (pois adaptou as religiões índigena, negra e branca (inclusa a raça amarela, ou oriental), porém é UMA SÓ, mas que por determinação da Espiritualidade Maior que dirige nossa Pátria, possui uma diversidade muito rica de diferenças que se adaptam a cada tipo e grau de entendimento/aceitação/ compreensão de seus seguidores.
Seria assim, uma religião da mais alta tolerância e amor, pois uma vez “personalizada” a cada tipo e grau de seguidor, dá a possibilidade de se evoluir gradativamente, no entanto, todos como UMBANDISTAS.
Há tempos atrás, quando iniciei na religião, não aceitava templos que usassem atabaques, curiadores, roupas diferentes, pólvora, por acreditar não serem sinal de evolução. Hoje trabalho com um grupo que utiliza tudo isso e compreendo o valor e importância de cada um. Ainda não compreendo e aceito a utilização do sangue, mas quem pode dizer o que nos acontecerá nos próximos segundos, quem dirá nos próximos anos ??
Espero ter colaborado para uma reflexão abrangente sobre essa maravilhosa religião, que em cada pedaço desse imenso Brasil possui uma denominação, (Batuque, Tambor de Mina, Catimbó, Umbanda, Xangô, etc) mas que são todas filhas do amor, caridade e da fé de Oxalá, através do Caboclo das Sete-Encruzilhadas.
Um fraterno Saravá a todos !!
Axé.
Emerson
Curitiba/PR
Renato Guimarães disse:
Olá, Emerson!
Antes de mais nada, obrigado por acessar o nosso blog e muito obrigado pelo comentário! 😀
Diferente do que você expressou em seu comentário, nós aqui do blog temos uma visão diferente do que seja Umbanda e não concordamos com a afirmação de que o Batuque, o Tambor de Mina, o Catimbó e o Xangô (para ficar nos exemplos citados) sejam Umbanda. Para nós aqui do blog, essas são religiões brasileiras, como a Umbanda, mas não são Umbanda. Entendemos que alguns umbandistas defendem essa visão, e a respeitamos, mas não concordamos com ela. Entendemos, também, que o Batuque, o Tambor de Mina, o Catimbó e o Xangô (para ficar nos exemplos citados) são filhas do amor e da caridade, mas não da fé de Oxalá através do Caboclo das Sete Encruzilhadas, porque elas já existiam muito antes da primeira manifestação dessa entidade, em 1908.
Os tópicos listados indicam, sim, diferentes ritualísticas. Essas diferenças, até onde pudemos verificar, são ocasionadas por diferentes aspectos doutrinários dos terreiros, o que acaba caracterizando tipologias diferentes de se praticar e entender a Umbanda, portanto, são, a nosso entender, tipos de Umbanda. Nós temos a visão de que assim como existem tipos diferentes de Cristianismo (Catolicismo Romano, Catolicismo Antioquiano, Ortodoxia Grega, Luteranismo, Calvinismo, etc.), de Islamismo (Sunismo e Xiismo, só para ficar nos mais conhecidos) e de Budismo (Mahayana, Theravada, só para ficar nos mais conhecidos), só para ficar em alguns exemplos, também acreditamos que existem diferentes tipos de umbanda, caracterizadas pelos diferentes tipos de ritualísticas e doutrinas. E não acreditamos que isso desmereça em nada a religião, apenas se adequa ao que você escreveu: uma diversidade onde podem se adaptar diferentes tipos e graus de entendimento/aceitação/compreensão de seus seguidores e, principalmente, dirigentes de terreiros (porque sabemos que eles(as) são os canais por onde essas diferenças se fazem presentes nos terreiros).
Um grande abraço, Renato.
emerson luiz penteado disse:
Irmão Renato, Saravá !!
Agradeço o tom de sua resposta, pois se mostrou à altura de alguém esclarecido e de alargada compaixão, pois lendo seu comentário, vejo sua decisão de em nenhum momento soarem suas palavras como crítica. Parabéns !!
Acho muito produtivo para a religião em si essas “discussões” sobre os temas que a envolvem, pois faz com que nós, os próprios umbandistas cheguemos a algum tipo de consenso, pois é essa diversidade de rituais, ritos, preceitos, formas,uma das “falhas” apontadas pelos detratores e caluniadores de nossa Fé.
Quando cito aquelas linhas de Fé (Catimbó, Tambor de Mina, etc) é porque em meu entendimento, quando o Caboclo das Sete Encruzilhadas lançou a nova religião, foi uma forma de arrebanhar os variados cultos nacionias e miscegenados (negros, indígenas e branco/amarelo) que à epóca se encontravam um tanto disvirtuados pelas práticas de baixa magia e comércio espiritual, fazendo-lhes a redenção/correção/aprimoramento. “Prova” disso é que dentro dos cultos Umbandistas se inseriram “entidades” do Catimbó (Zé Pelintra), do Batuque (Frades/Semiromba) da Pajelança (mestres Juremeiros e Caboclos Quimbandeiros) além da própria Quimbanda (Exus, Pombogiras, Exus-Mirins, Ciganos e Ciganas de Esquerda)…
De forma que, esse tema é vasto e enxergamos apenas um pequenino cristal de gelo da verdadeira ponta do iceberg que é a REALIDADE ESPIRITUAL.
Válidas porém nossas humildes tentativas de trocar informações, fortalecendo assim um dos Princípio Básicos lançados pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas: o diálogo interreligioso, aliás, um exemplo humildade da Umbanda aos praticantes de outras Fés, muitas vezes intolerantes com aquilo que não conhecem e que “punem” por puro preconceito.
Irmãozinho, mais uma vez um fraterno Saravá a todos do Blog.
Emerson, pequeno grão de poeira cósmica dos Universos de Pai Oxalá.
Renato Guimarães disse:
Olá, Emerson!
Novamente, muito obrigado por acessar o nosso blog e por mais este comentário! 😀
A forma como respondi ao seu comentário anterior não foi mais do que minha obrigação, em virtude da proposta desse blog. Nós aqui temos ciência de que a Umbanda é um grande cadinho de ritualísticas e doutrinas, que se adequam aos diferentes níveis de compreensão e entendimentos dos umbandistas. Infelizmente, tanto eu quanto o Pedro temos as nossas visões sobre a religião (e, diga-se de passagem, eu e ele as vezes temos visões diferentes sobre alguns assuntos) e nossas matérias aqui acabam refletindo isso de alguma maneira. Antes de publicarmos a matéria aqui, procuramos sempre analisar o texto e deixá-lo o mais imparcial possível, mas nem sempre conseguimos pleno êxito nisso rs…
Em minha resposta ao seu outro comentário, procurei mostrar um pouco da minha visão sobre o tema e a forma como isso influenciou a publicação dessa matéria e da enquete, sem que houvesse, em momento algum, intenção de criticá-lo: apenas explicá-lo porque escrevi o que eu escrevi. Pelo que você escreveu aqui acima, acho que fui feliz em minha intenção 😀
O espaço aqui do blog está e estará sempre aberto a diferentes opiniões, visões e crenças umbandísticas, desde que as mesmas se pautem pelo diálogo sincero e salutar, como você o fez nesse comentário e no anterior. Fique a vontade para sempre que desejar expor sua visão sobre a Umbanda e suas críticas construtivas sobre as matérias e ao blog como um todo, pois sabemos que só assim poderemos melhorar como pessoas e construir um blog cada vez melhor. 😀
Um grande abraço, Renato.
JORGE CORREA disse:
va ao templo espirita ogum mege na rua manoel machado 105 largo de vas lobo rj
JORGE CORREA disse:
UMBANDA E COISA SERIA PRA GENTE SERIA
CABOCLO MIRIM
JORGE CORREA disse:
A UMBANDA JA TEVE TRES TUXAUAS ENTRE ELESESTÃO SEU MIRIM O1 TUXAUA E JORGE CORREA O 2
Renato Guimarães disse:
Olá, Jorge.
Você já foi Primaz de Umbanda? Em que período você esteve a frente do Primado de Umbanda?
Abs, Renato.
Peterson disse:
Irmão Renato,
Primeiramente, parabéns pelo trabalho que o blog vem desempenhando. Considero ele uma das principais referências sérias sobre Umbanda na internet. Sempre que posso, replico os materiais e divulgo vossos nomes. Que Pai Olorum ilumine cada vez mais vossos caminhos.
Gostaria de replicar o trabalho de vocês mapeando primeiramente os terreiros da minha cidade, vocês me permitem usar esse material como referência?
Existe mais algum material que eu possa utilizar?
Eu incluiria nessa lista o uso do tabaco/álcool? o que acham?
Fico no aguardo do retorno.
Saravá!
Peterson Danda
Renato Guimarães disse:
Olá, Peterson.
Antes de mais nada, obrigado pelas palavras de elogio ao blog! 😀
Claro, fique a vontade para usá-lo e quaisquer outros materiais do blog: como está ali no canto do aviso de direitos autorais, é só citar o blog como fonte, que não há problema algum.
Eu pensei em incluí-los inicialmente, mas ai os tipos dobrariam (de 16 virariam 32). Preferi restringir a apenas 16 para facilitar a leitura, mas poderíamos desmembrar em quantos tipos desejássemos.
Abs, Renato.